Portulegal

Published on agosto 16th, 2014 | by Katia Suman

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Portulegal # 91 – Carlos de Azevedo – radioeletrica.com

O programa começa com o áudio do início de um concerto de rap, um show histórico, que aconteceu em Coimbra na madrugada de 13 de julho. Este show foi preparado pelo professor e sociólogo Boaventura de Sousa Santos (marcando também o encerramento do “Colóquio Internacional Epistemologias do Sul (Alice)“. Boaventura de Sousa Santos havia “desafiado” Capicua e outros rappers do Cabo Verde a construírem um concerto que falasse sobre (e agora eu cito as palavras da própria Capicua) “a história de Portugal e sobre a atualidade da vida portuguesa, dando voz àquelas camadas da população que estão mais invisibilizadas e a versões da história que estão fora dos livros e que estão muito longe dos discursos dominantes. A ideia foi falar sobre milênios de patriarcado e colonialismo, das questões pós-coloniais e urbanas, das questões étnicas, das desigualdades sociais, de vários assuntos que não têm destaque na imprensa, nem nas esferas políticas nem acadêmicas.” Boaventura deu ao show o seguinte titulo: “Há palavras que nasceram para a porrada” (o momento exige uma certa contundência verbal). No início deste show, a cantora Capicua disse frases de Boaventura de Sousa Santos, extraídas do livro “RAP Global”, que tem uma edição brasileira de 2010, da editora Aeroplano.

Capicua lançou em março deste ano um disco chamado Sereia Louca e este álbum, aqui em Portugal, tem sido um grande êxito de público e de crítica. Deste modo, Capicua conseguiu ultrapassar aquela cena underground em que a maioria dos cantores de rap atuam e tem conquistado e levado a sua música e a sua mensagem a grandes públicos e agora ela parte para uma carreira, para uma militância, como ela gosta de dizer, internacional. Por exemplo, a Capicua vai se apresentar no festival “Terra do Rap” – Festival do Rap da Língua Portuguesa, que acontece nesta semana no RJ. Na noite anterior ao show de Coimbra, Capicua deu um show que lotou o átrio do Mar Shopping (pelos meus cálculos, eram mais de 5 mil pessoas!), em Matosinhos (norte de Portugal). Neste espetáculo, ela cantou as mesmas canções que cantaria depois em Coimbra e cantou ainda muito mais…. foram muitas canjas! Este show, que durou uma hora, foi gravado na íntegra pela produção do Portulegal e vai ser transmitido no decorrer dos programas nº 91 e 92, intercalando com algumas faixas extraídas do CD Sereia Louca. Não perca o próximo programa, com a segunda parte deste show maravilhoso e outras surpresinhas que vos reservo!

Playlist do programa:

1 – Intro: Capicua e Mistah Isaac – Luas
2 – Capicua lê frases de Boaventura de Sousa Santos no show Há palavras que nasceram para a porrada.
3 – Reportagem “Sociólogo rapper” – Boaventura, Capicua e cia. falam sobre o rap como a nova canção de protesto.
4 – Capicua – A Mulher do Cacilheiro (versão do álbum)
5 – Capicua – Líquida (versão do álbum)
6 – Capicua e They´re Heading West – Jugular (versão do álbum)
7 – Capicua, They´re Heading West e D-One – Medo do Medo (versão do álbum)
8 – Capicua – Sereia Louca (o nome e a história)
9 – Capicua, M7 e D-one – Sereia Louca (ao vivo)
10 – Capicua, M7 e D-one – Mão Pesada (ao vivo)
11 – Capicua – Lenga (ao vivo, à capela)
12 – Capicua, M7 e D-one – Alfazema (ao vivo)
13 – Capicua, M7 e D-one – Líquida (ao vivo)
14 – Capicua, M7 e D-one – A Última (ao vivo)
15 – Capicua – Jugular (ao vivo, à capela)
16 – Capicua, M7 e D-one – Medo do Medo (ao vivo)
(o show continua no programa Portulegal # 92)

Tags: Capicua, Boaventura de Sousa Santos, rap, hip-hop, Portugal, música portuguesa, ativismo político, Sereia Louca, Coimbra

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