Published on dezembro 27th, 2016 | by Katia Suman
0Talk Sustentabilidade – Fabíola Pecce e Katia Suman + Lígia Miranda – 22.12.16
A engenheira Ligia Miranda, presidente da ONG Toda Vida, conheceu e se surpreendeu com uma micro-floresta na India: em meio ao caos urbano de Nova Dehli, no lugar mais poluído da cidade, um pequeno oásis, uma verdadeira floresta numa área proporcional a 6 vagas de estacionamento.
Descobriu que a micro-floresta urbana apresenta características que a tornam 10 vezes mais adensada do que uma floresta normal, que ela cresce 10 vezes mais rápido e captura CO2 e ruído 30 vezes mais, além de ter 100 vezes mais biodiversidade. Em dois anos uma micro-floresta urbana, manejada conforme a experiência indiana, se torna autossustentável.
Disposta a trazer o projeto para Porto Alegre, Lígia Miranda e a ong Toda Vida procuraram a prefeitura em meados de 2016, que se mostrou bastante receptiva.
Desde agosto, depois de uma maratona de mais de 40 reuniões envolvendo secretarias, empresários, biólogos, agrônomos, comitê do Povo Negro, feirantes e vizinhos da área, definiu-se a área que a micro-floresta ocuparia no Zumbi dos Palmares, equivalente a 1% da área do largo e a data de inauguração, 18 de dezembro.
A SMOV removeu o asfalto da área que havia sido destinada à micro-floresta e no dia em que haveria o plantio, os feirantes disseram não. Impasse. Nova reunião marcada. O impasse permanece. As 200 mudas de árvores nativas, com 2m de altura cada uma, foram plantadas num sítio temporariamente, para não morrerem.
A situação hoje é a seguinte: os feirantes não aceitam mudar o local de estacionamento dos caminhões, portanto não é possível fazer o plantio na área em que o asfalto já foi quebrado. Dessa maneira o impasse ficou para a próxima administração e é possível que essa micro-floresta não se concretize mais no Largo Zumbi dos Palmares.
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