Ensaios Dissonantes

Published on maio 17th, 2016 | by Katia Suman

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Ensaios Dissonantes #1 – a violência nossa de cada dia – Ângelo Borba – maio 2016

Ensaios Dissonantes (segunda temporada)

Edição: a violência nossa de cada dia.

 

Parte 1.

Trecho do filme “Quanto vale ou é por quilo”, de Fernando Brant. Cena do castigo a escravos.

https://www.youtube.com/watch?v=7UC6CKrrmVs

Trilha 1.

COllin Stetson, “lord i Just can’t keep on crying”

Parte 2.

Idem. Cena da escrava alforriada que é roubada e condenada por injúria.

https://www.youtube.com/watch?v=tqCBvMWZ-Vg

Trilha 2.

Sergio Santos, ”Oluô”.

Parte 3.

“Intervenção” de Slavoj Zizek, por telefone, falando sobre violência simbólica e atos de resistência.
Link da sua fala original. https://www.youtube.com/watch?v=YRLkt5uadWA

Trilha 3.

Juçara Marçal, “Dá neles Damião”.

Trilha 4.

Barbárie, “A última geração que vai pisar nesse mundo”

Link para o curta/Ep “A primeira e a ultima antinacional”. https://www.youtube.com/watch?v=-pkZIC5aco4

Parte 4.

Leitura de um trecho retirado do livro “Mal estar na civilização”, de Sigmund Freud. (1)

Trilha 5.

Gui Amabis, Trabalhos Carnívoros.

Parte 5.

A voz da corporação – Dicas do seu PM.

Texto: Angelo Borba

Trilha 6.

Madredeus, “As brumas do futuro”.

Parte 6.

Áudio da edição do programa “Cidade alerta”, comandado por Datena.

Trilha 7.

Wilson das Neves, “O dia em que o morro descer e não for carnaval”.

Parte 7.

O grande discurso inflamado de um deputado qualquer em “defesa da democracia”.

Texto: Angelo Borba

Diálogo:

Deputado, Angelo Borba.

Presidente da câmara, Miguel Angelo.

Parte 8.

Vinheta final sobre o “golpe comunista”.

Texto: letra da música “Vermelho”, famosa na voz de Fafá de Belém.

Música incidental: “A internacional socialista”, executada por Jorge Mautner.

 

Nota (1): Por uma ampla gama de razões, está muito longe de minha intenção exprimir uma opinião sobre o valor da civilização humana. Esforcei-me por resguardar-me contra o preconceito entusiástico que sustenta ser a nossa civilização a coisa mais preciosa que possuímos ou poderíamos adquirir, e que seu caminho necessariamente conduzirá a ápices de perfeição inimaginada. Posso, pelo menos, ouvir sem indignação o crítico cuja opinião diz que, quando alguém faz o levantamento dos objetivos do esforço cultural e dos meios que este emprega, está fadado a concluir que não vale a pena todo esse esforço e que seu resultado só pode ser um estado de coisas que o indivíduo será incapaz de tolerar. Minha imparcialidade se torna mais fácil para mim na medida em que conheço muito pouco a respeito dessas coisas. Sei que apenas uma delas é certa: é que os juízos de valor do homem acompanham diretamente os seus desejos de felicidade, e que, por conseguinte, constituem uma tentativa de apoiar com argumentos as suas ilusões. Acharia muito compreensível que alguém assinalasse a natureza obrigatória do curso da civilização humana e que dissesse, por exemplo, que as tendências para uma restrição da vida sexual ou para a instituição de um ideal humanitário à custa da seleção natural foram tendências de desenvolvimento impossíveis de serem desviadas ou postas de lado, e às quais é melhor para nós nos submetermos, como se constituíssem necessidades da natureza. Também estou a par da objeção que pode ser levantada contra isso, objeção segundo a qual, na história da humanidade, tendências como estas, consideradas insuperáveis, freqüentemente foram relegadas e substituídas por outras. Assim, não tenho coragem de me erguer diante de meus semelhantes como um profeta; curvo-me à sua censura de que não lhes posso oferecer consolo algum, pois, no fundo, é isso que todos estão exigindo, e os mais arrebatados revolucionários não menos apaixonadamente do que os mais virtuosos crentes. A questão fatídica para a espécie humana parece-me ser saber se, e até que ponto, seu desenvolvimento cultural conseguirá dominar a perturbação de sua vida comunal causada pelo instinto humano de agressão e autodestruição. Talvez, precisamente com relação a isso, a época atual mereça um interesse especial. Os homens adquiriram sobre as forças da natureza um tal controle, que, com sua ajuda, não teriam dificuldades em se exterminarem uns aos outros, até o último homem. Sabem disso, e é daí que provém grande parte de sua atual inquietação, de sua infelicidade e de sua ansiedade. Agora só nos resta esperar que o outro dos dois ‘Poderes Celestes’ ver [[1]], o eterno Eros, desdobre suas forças para se afirmar na luta com seu não menos imortal adversário. Mas quem pode prever com que sucesso e com que resultado?

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